quinta-feira, 30 de junho de 2011

Leite Materno - A cura

E se nutricionistas surgirem com uma solução milagrosa para a desnutrição infantil? A substância rica em proteínas que não necessitam de refrigeração? Um que é gratuito e está disponível até mesmo em cidades remotas onde os bebês rotineiramente morrem de fome?

Impossível, você diz? Na verdade, esta cura milagrosa já existe. É o leite materno.
Quando pensamos em pobreza global, temos em mente que os desafios são tão grandes que qualquer solução deve ser extremamente complexa e cara. Bem, algumas são. Mas quase nada iria ter tantos resultados como a amamentação exclusiva nos primeiros seis meses de vida. Essa é a forte recomendação da Organização Mundial de Saúde.

O paradoxo é que enquanto isso parece tão barato e óbvio é também raro, nos Estados unidos por exemplo cerca de 13% dos bebês são amamentados exclusivamente por seis meses, de acordo com o Centro Federal de Controle e Prevenção de Doenças.
O maior problema é que muitas mães acreditam que o leite materno não é suficiente, e que, em um dia quente, uma criança precisa de água também, um relatório de 2008 no The Lancet, revista médica britânica, descobriu que um bebê que é parcialmente amamentado tem 2,8% mais probabilidade de morrer do que um bebê que é amamentado exclusivamente ao seio por pelo menos cinco meses. Uma criança que não é amamentada pelo seio da mãe desde o primeiro mês de vida tem 14,4% mais chances de morrer.

Acima de tudo, The Lancet disse que, 1,4 milhão de mortes infantis poderiam ser evitadas todos os anos se os bebês em paises pobres fossem amamentados corretamente. "Tanto quanto as intervenções nutricionais que têm sido estudadas, temos esmagadora evidência da eficácia do aleitamento materno na redução da mortalidade infantil", disse Shawn Baker, um especialista em nutrição com Helen Keller International, uma organização de ajuda que funciona sobre estas questões.

"É a mais antiga intervenção nutricional conhecida de nossa espécie, e está disponível para todo mundo", acrescentou Baker. "Mas, para uma comunidade de desenvolvimento muito focada em soluções tecnológicas, não ganhou a atenção que deveria."

Por: Luryan Carvalho e Afrânio Gomes

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