sexta-feira, 10 de junho de 2011

Setor Químico quer expandir 33% em faturamento este ano

Por Henrique Xavier

Após o impacto econômico que, em 2008, resultou em forte redução da produção industrial, queda nas exportações e desemprego, a ‘locomotiva’ do setor químico segue a toda velocidade para a meta de fechar o ano ostentando o melhor faturamento da série histórica dos últimos cinco anos e a segunda melhor marca de crescimento percentual consolidado (expansão de 43,44%) na comparação às de outros setores da economia industrial do Amazonas, atrás apenas do polo metal-mecânico.
Surpresa para muitos? Nem tanto. A marcha da evolução industrial do setor no Amazonas até outubro era esperada, de acordo com dados divulgados pela Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) e Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), vez que o Estado acompanhou na dianteira a curva para cima semelhante ao ocorrido em outras regiões industriais do país, alcançando o patamar de 6,96% de crescimento no índice de produção de insumos químicos para uso industrial.

Parceria com outros setores gera avanço
Uma parcela importante desse desempenho é atribuída à demanda mais forte na termoplastia, produção de refrigerantes e na cadeia de petróleo e gás, segmentos que aliados a outros resultados menos expressivos, ajudaram na elevação do volume de compras de insumos regionais. “Acreditamos que o setor químico deva apresentar neste ano, em relação a 2010, um crescimento de 33% no faturamento, se tornando o terceiro maior faturamento por setor na economia do Amazonas, devendo chegar a aproximadamente a US$ 4.5 bilhões. Essa expectativa já era esperada em razão do bom desempenho da indústria a partir de março”, explicou o presidente da Fieam, Antonio Silva.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, juntas, as empresas que atuam no setor faturaram até outubro mais de US$ 3.31 bilhões, avançando praticamente 4% sobre o total produzido no ano passado, considerado recorde até então, quando já em plena recuperação o setor registrava US$ 3.19 bilhões de faturamento.

"O produto nacional tem a mesma qualidade do estrangeiro, mas a cotação do dólar frente à moeda nacional e a alta carga de impostos davam pouca competitividade ao produto brasileiro em relação aos insumos importados"

(Bernardo Gradin, presidente da Abiquim)

Maior consumo local
Nessa disparada para atender empresas locais e de outras regiões da Amazônia Ocidental, o total de compras é outro item interessante na pauta das negociações da indústria química. Enquanto no primeiro semestre de 2010 o setor totalizou US$ 48.83 milhões, a tendência é encerrar igual período deste ano cravando US$ 55 milhões, graças ao adensamento da cadeia produtiva desses setores no Polo Industrial de Manaus.
O presidente do conselho diretor da Abiquim, Bernardo Gradin, lembrou ao LAB F5 outro detalhe que contribuiu efetivamente para o bom momento por que passa a indústria desde o início do segundo semestre. A nafta petroquímica, principal matéria prima do setor, vinha pressionando para cima os preços no mercado externo, o que forçou a opção dos importadores pelo produto nacional para reduzir custos. Entre dezembro e abril, de acordo com o executivo, o preço da nafta no mercado europeu, convertido para reais, teve acréscimo acumulado de 17,4%. “O produto nacional tem a mesma qualidade do estrangeiro, mas a cotação do dólar frente à moeda nacional e a alta carga de impostos davam pouca competitividade ao produto brasileiro em relação aos insumos importados”, acrescentou.
De carona nessa expansão dos negócios, as indústrias do setor planejam investimentos ambiciosos para além de cinco anos, que perfazem um saldo positivo em torno de US$ 200 milhões a mais a cada ano. A meta para o Amazonas é alcançar em três anos US$ 4 bilhões em investimentos gerais na região, nos quais estão incluídos ainda a ampliação de novas frentes de trabalho, capacitação de mão de obra, aumento de parques industriais e adensamento de 70% da produção com a atração de parceiros para instalação de projetos em Manaus. Quem viver, verá.

Problemática indígena na Ufam

Por Mariana Lima

Em 2005, diversas Universidades públicas do país passaram a aderir ao sistema de cotas. Desde então a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) atendeu aproximadamente 439 indígenas. A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) não possui vagas exclusivas na graduação, no entanto o ingresso à Universidade está longe de ser o único problema para os índios.

Grande parte dos universitários indígenas da capital desistem do curso por falta de recursos financeiros. João Paulo Barreto, líder indígena e mestrando em Antropologia Social, explica o motivo: “Hoje cerca de 60% dos índios que ingressam na Universidade deixam o curso. O motivo é simples: A Ufam não disponibiliza bolsas para os alunos de graduação. As famílias indígenas não têm o costume de ganhar e guardar dinheiro. Quando entramos na Universidade precisamos de recursos para nos locomover até as aulas, tirar cópia dos livros dos professores, comprar cadernos, livros e participar de Cursos e Congressos. Como temos que trabalhar acabamos desistindo do curso”, conclui.

A professora Maria Irene Andrade, chefe da Diretoria de Apoio e Fomento às Ações Curriculares de Extensão (Dafacex), afirma que existem projetos de pesquisa que disponibilizam bolsas de R$ 300: “Há um programa na Ufam chamado ‘Conexão dos Saberes’ o qual as bolsas são destinadas prioritariamente aos negros e aos indígenas. O problema é que os estudantes não procuram viver os três níveis de uma Universidade (Ensino, Extensão e Pesquisa), ficando apenas na sala de aula e não buscando outras experiências”.

Para tentar sanar as deficiências no apoio aos indígenas, a Ufam criou a Comissão Técnica Permanente para Elaboração de Projeto de Política Institucional para os povos Indígenas, formada por dez professores de diversas áreas.

O grupo se reúne há um ano e visitou todos os pólos da Universidade. “Nós fizemos o levantamento dos projetos voltados para os indígenas em todos os campus universitários. Com esses dados faremos um documento que servirá de base para a criação da Política Institucional da Ufam”, explica a professora Rosa Helena da Silva, membro da Comissão.

A previsão é que nos próximos meses ocorra maior integração entre a Universidade e os índios com a aplicação do terceiro e último passo para o documento institucional o qual os alunos e lideres indígena irão expor suas dificuldades e ideias aos professores. A proposta de criação de uma pró-reitoria para assuntos indígenas já foi encaminhada à reitora Márcia Perales.

Foto: Divulgação

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Slut Walk


Quando um policial sugeriu, durante uma palestra para alunas universitárias, que elas não deveria se vestir como "vadias" ("slut" em inglês) para não serem íntimas de abuso sexual ou estupro, ele provavelmente não sabia como sua afirmação iria repercutir.

As universitárias canadenses, ofendidas com o posicionamento do policial, resolveram protestar. O movimento ganhou força com a ajuda da internet, e a primeira edição da marcha, conhecida como Slut Walk, aconteceu nas ruas de Toronto.


Várias mulheres foram as ruas vestidas de forma provocativa, ou não, com o o intuito de chamar a atenção ao problema e contestar que nenhuma minissaia justifica um ato de violência sexual.

O protesto que teve início no Canadá, em maio, logo se espalhou pelo mundo, chegando ao Brasil.

Sábado, 4 de junho, a Avenida Paulista foi tomada por mais de 300 pessoas para primeira versão brasileira do Slut Walk, ou Marchas das Vadias, em português. O protesto acontecerá também, no dia 18 de junho, em Belo Horizonte e Brasília.

Por Irena Freitas

1º desfile de Fashion Design da UFAM
















Por Rianna Carvalho.


No ano de 2011, o curso de Design da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ganhou uma nova matéria, Fashion Design.

E o que seria Fashion Design? Segundo pesquisa realizada, Fashion Design é um tipo de arte aplicada e dedicada à criação de roupas e acessórios, e essas criações, recebem forte influencia das tendências culturais e sociais de certo período do tempo.

Há quem diga que moda não é importante, mas uma coisa é certa, sem essas pessoas que se dedicam a criação de novos modelos, ou que estudam moda, com certeza hoje não teríamos nossos modelitos, que nos vestem e que compõe nossos guarda-roupas. Enfim o design de moda é uma carreira bastante interessante e significativa. Não há por que desmerecer tal profissão.

Depois desse breve parecer sobre a profissão, venho aqui relatar os feitos realizados pelos alunos da UFAM. Orientados pela professora Magnólia Quirino Grangeiro, a turma pioneira de Fashion Design, organiza um desfile na própria universidade para apresentar ao público os trabalhos feitos.

Os alunos vão montar um palco no hall da Facudade de Tecnologia (FT), na UFAM, no dia 10/06, e às 19hrs pretendem começar o desfile para a apresentação das criações realizadas no decorrer do semestre.

Todos os participantes estão muito empolgados e não vêem a hora de chegar o dia do desfile. As modelos são as próprias alunas de Design e algumas modelos profissionais. Talento é o que não falta para esses meninos e meninas, os desenhos criados falam por si só. Não deixe de conferir e prestigiar esses alunos. Tenho certeza que com a dedicação apresentada pelos participantes, esse será o primeiro de muitos desfiles.

O que é: Fashion Design

Quando: 10/06/2011

Onde: Hall da Faculdade de Tecnologia (FT), UFAM.

Horas: 19hrs

Quanto: Gratuito.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Produção de óleos essenciais eleva economia de municípios amazonenses

Por Henrique Xavier
Visão mais comercial sem abandonar o lado preservacionista faz do extrativismo amazonense de óleos essenciais a tônica do Estado para os próximos anos e exemplo para outras regiões

Desde que em 1921 o perfumista Ernest Beaux, a pedido da estilista francesa Coco Chanel, criou a essência “número 5”, a fragrância conquistou a mais completa adoração do mundo feminino, fazendo girar um mercado milionário no seu entorno. Nas mais elegantes perfumarias do Norte, a exemplo de outras regiões do país, frascos com 50 ml do Chanel 5, por exemplo, custam para lá de US$ 97 dólares, ou R$ 170 reais na cotação da última semana de agosto.
Às portas de completar 90 anos, a excêntrica fórmula do Chanel 5 traz entre seus 80 ingredientes o linalol natural, retirado a partir do concentrado oleoso resultante da extração do pau-rosa, árvore presente apenas na Amazônia brasileira e comercializado a peso de ouro no mercado perfumista. Isso literalmente falando, já que o preço de venda do fixador em razão do apelo ecológico fechou até a primeira metade do mês de agosto custando US$ FOB (Free On Board) 72, ou aproximadamente R$ 125,97 por 50 ml.
Mas se ilude quem acredita que apenas a essência do pau-rosa tem alcançado cifras relevantes na economia extrativista amazonense. Andiroba e copaíba são óleos que vêm batendo seguidamente recordes no preço de venda, sendo comercializados durante a última semana de agosto por US$ 27.62 cada 50 ml, ou R$ 48,33. Já o óleo de babaçu, outro item que vem avançando na cultura cooperativa local, tem sido comercializado a preços superiores a US$ 5.71 o litro no estágio atual de produção, ou aproximadamente R$ 10,20. Mas a valorização mais formidável ficou por conta do óleo de tucumã, que fechou a última semana de agosto custando US$ 33.66 ou R$ 58,93 cada 50 ml.
De olho nessas cotações e, após encerrar o ano passado com praticamente 3,70 toneladas de óleo essencial de andiroba, Manaquiri (a 60 km em linha reta de Manaus) vem mantendo seguidamente uma produção média mensal de 20,5 toneladas dessa matéria prima. Não bastasse isso, o município quer representar 45% do total de insumos fornecidos ao polo de cosméticos do Estado, a partir da promessa de coleta mensal de quase 280 sacas de cocos de babaçu para a indústria de essências.
Os dados divulgados pela Associação Amazonense dos Municípios a partir de levantamento feito junto a Coopfitos (Cooperativa Mista de Produtores e Beneficiadores de Fitoterápicos e Fitocosméticos de Manaquiri) apontam que esse volume dará um incremento na geração de renda a mais de 200 pessoas no quadro da agricultura familiar amazonense este ano. Além do óleo de andiroba e babaçu, o município vai disponibilizar para o mercado interno a matéria prima para cosméticos à base de tucumã (5,2 toneladas de óleo).

Produtos Diferentes
O diferencial da produção em Manaquiri é representado pelas ações do centro de mudas destinadas ao manejo florestal e ao projeto de implantação do núcleo de cosméticos avançado ainda no primeiro semestre deste ano, que também vão proporcionar renda aos filhos e mulheres dos extrativistas. “Esse volume de extração no município tem como carros chefes os óleos de babaçu e andiroba, que exigem manejo em áreas muito extensas, por isso passamos quase dois anos fortalecendo a idéia do cooperativismo junto à mão de obra local”, afirmou a gerente.
Sobre o rumo das exportações dos aromas de produtos sustentáveis, o presidente da Coopverde (Cooperativa Mista de Produtores de Produtos da Floresta e Óleos Essenciais da Amazônia), Abrahim Souza Samej, considerou que a construção da Casa de Extração, em meados de junho, facilitou um acréscimo de 10% a 15% na produção esperada no primeiro semestre, perto de 14 toneladas. O dirigente disse ainda que a aquisição de óleos essenciais pela fábrica francesa Ganz Chemical ao longo do ano passado (19,5 toneladas), apesar de reduzida em mais de 20% em relação a 2009, gerou à cooperativa perto de US$ 15.2 mil, sendo 70% provenientes da castanha da Amazônia e do cultivo da piprioca. “Queremos aumentar em pelo menos 5% a produção até o fim deste ano, aproveitando o clima quente da temporada. Temos condições para isso. O que emperra nossos projetos é a possibilidade já acenada pelo nosso principal comprador da super valorização do real frente ao dólar, gerando preços proibitivos à indústria”, revelou.
A meta nada ambiciosa dos produtores rurais do setor faz rescender o cheiro de bons negócios com óleos essenciais ou produtos derivados, que podem receber injeção de aproximadamente US$ 45 mil em financiamentos agrícolas até o fim do verão amazônico, em meados de novembro. A expectativa é de que a produção total das usinas do Manaquiri e Silves alcance as 216 toneladas de óleos, cujo destino será a composição de insumos para o crescente polo de biocosméticos.

Pau rosa, um caso à parte
O Brasil é hoje o único fornecedor mundial de óleo de pau rosa, o que fez a produção cair e os preços dispararem. Isto se deu, porque, do fim do século 20, quando o país chegou a fornecer 450 toneladas por ano, até os primeiros anos da década de 2000, momento em que a produção não alcançou 50 toneladas, as técnicas de manejo e proteção da árvore estão cada vez mais rígidas, segundo ponderou o sociólogo e especialista ambiental Roque Dias. “Para a produção do óleo, a árvore é derrubada e triturada, ao contrário do que ocorre com o látex da seringueira ou o óleo da copaíba. Para se extrair em média dez quilos de essência, é necessária uma tonelada de pau-rosa, cuja madeira é raramente usada para móveis e canoas”, explicou.
Dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) mostram que as nove usinas licenciadas no Amazonas juntas exportaram US$ FOB 1.8 milhão no ano passado. Os maiores compradores foram, respectivamente, EUA, França, Japão, Reino Unido e Alemanha. Nos dois primeiros meses deste ano, foram vendidas 3,2 toneladas, rendendo ao Amazonas US$ FOB 379 mil.
O manejo do pau-rosa interessa não apenas aos ambientalistas, mas também à indústria de perfumaria e cosméticos, vez que fórmulas de perfumes clássicos, como o Chanel N.º 5, seriam irremediavelmente perdidas. Em Manaus, uma pesquisa do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) já bastante avançada promete ajudar ambas as partes. Trata-se de extrair o linalol das folhas da árvore, sem a necessidade de derrubá-la. Com o selo de ‘ecologicamente correto’, o novo fixador de aromas deve chegar ao mercado já em 2011, ao preço de até US$ FOB 50. Com o aumento da oferta, entretanto, esse valor poderá cair.