sexta-feira, 3 de junho de 2011

Volume de negócios no Turismo Rural põe Amazonas entre os 10 mais do país

Por Henrique Xavier

Vida longa ao turismo amazonense. Depois de figurar entre os 15 destinos mais procurados pelos estrangeiros que visitam o país, o Amazonas assegurou um lugar entre as 10 regiões com maior volume de negócios e visitas no segmento de turismo ecológico e rural na macrorregião Norte. Na rota das viagens internas, os roteiros Boi Bumbá, Pesca do Tucunaré, Arquipélago de Mamirauá e Ambiente Rural Caboclo receberam destaques e elogios dos operadores de turismo durante o 36º Encontro Comercial Braztoa, ocorrido em São Paulo, que o Lab F5 foi conferir de perto.
A razão para tantos elogios do trade não é nem de longe a mais óbvia: além de locais com fauna e flora exóticas já conhecidas do público, o Estado agora vem apostando suas fichas no turismo rural em um estilo totalmente diferenciado do resto do Brasil. É claro que parte desse sucesso se deve mesmo a uma nova tendência de atividades turísticas relacionadas à vivência in loco da cultura e do ambiente rural preservado.
Os operadores deixaram claro que, no caso do Amazonas, a bola da vez são os atrativos do modo de vida cabocla, o contato mais próximo com a produção agrícola made in Rain Forest e o vívido contato com os igarapés que cortam a região, todos ainda pouco explorados. O recado não é gratuito, já que com base nos números divulgados no evento, os turistas desse segmento têm cartucho para queimar. Cada pessoa por pacote deixa no turismo rural cerca de R$ 2.500 entre alimentação, transporte, hospedagem e gastos extras.
A turismóloga Patrícia Maria Ferreira, especialista em turismo rural na Amazônia, explica que o rio e a floresta exercem influência total sobre a vida dos caboclos, cujas pequenas comunidades ribeirinhas conservam antigos costumes fortemente ligados à cultura indígena e nordestina. “O que mais chama atrai o turista é provar a culinária amazônica feita genuinamente na roça, em fornos à lenha e panela de barro. Além disso, o artesanato e a produção de flores e peixes são atrativos formidáveis para a região”, explicou.
Fato é que, de olho nesse nicho ainda pouco explorado, empresários passaram a incentivar o plantio de laranjas, flores e a piscicultura, divulgando amplamente a rota Rio Preto da Eva (77 km em linha reta de Manaus), nas rodadas de negócios em São Paulo. “O turista está interessado em ver novidades e não apenas mato e água. Por isso estamos atrás de coisa novas como a Comunidade Indígena Beija Flor, que reúne nove etnias moradoras de Rio Preto da Eva. Lá, o artesanato é produzido de forma integrada e cada artesão faz suas peças conforme as características de sua tribo. Isso é novidade para o turista”, explicou o empresário paulista João Batista Pinho.
Pequenos empreendedores apoiados pelo Sebrae-AM (Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Amazonas), deram mostras de que o turismo rural vem de fato se desenvolvendo no Amazonas. Exemplo disso, é que na área rural da cidade, o artesanato produzido pela família Marmentini aproveita a madeira morta como matéria prima. O café regional, com ingredientes típicos da Amazônia, fez a família paranaense apostar em lucro na atividade turística, misturando à tapioca recheada com castanha, tucumã e queijo. “Além disso, temos serviço de hospedagem com pernoite em chalés à beira da estrada, passeio em igarapés, onde oferecemos sucos de frutas regionais e sorvetes à base de frutas amazônicas que podem ser colhidas no pé, pelo próprio turista”, disse o empreendedor José Cláudio Marmentini.

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