Muito comum na grande mídia é o debate acerca da adoção ou não de um sistema de cotas nas universidades federais. Argumentos contra e a favor é que não faltam. De um lado se tem os que vêem a cota como uma forma de diminuir as desigualdades sociais no país e compensar uma parcela da população que foi escravizada e discriminada por muito tempo, de outro aqueles que vêem a cota como algo injusto que estaria privilegiando apenas uma parcela da população.
“Na Ufam ainda não existe nenhum sistema de cotas, mas é algo que está sendo levado em consideração e estudado pela coletividade na elaboração do novo regimento da universidade”, fala a pró-reitora de ensino de graduação da universidade, Francisca Cavalcanti. A pró-reitora também aponta para a necessidade de se ter um olhar muito mais social do que racial na adoção de um sistema de cotas, pois para ela, o problema está na desigualdade social. “A gente tem que olhar com um olhar social. Se a gente tem dívida social, quem é esse social mesmo? Pois existe injustiça social. Se a gente tem dívida a pagar socialmente, que a gente a perceba”, afirma a pró-reitora.
Já para a pedagoga Ednalda Santos, a cota social existe apenas camuflar e fugir da adoção da cota social. “Como a maioria discorda das cotas raciais, eles dizem que o problema é melhorar a educação básica, o problema é atender a pessoas que são das escolas públicas. Então quando as universidades aprovam cotas, geralmente, aprovam nesse bojo porque aí minimiza essa polêmica”,critica a pedagoga.
A pedagoga afirma ainda que é a favor do sistema de cotas raciais, pois na cota racial estaria embutida a cota social. “Eu sou a favor do sistema de cotas. Independente de você ser oriundo de escola pública ou privada, a questão é o pertencimento étnico e racial. O indígena, o quilombola, o afro-descendente”, declara a pedagoga.
Na sociedade em geral, as dúvidas continuam. As cotas seriam um instrumento de inclusão ou vão gerar ainda mais preconceito? Há até quem diga que os estudantes beneficiados pelo sistema de cotas podem passar a acreditar que só estão na faculdade por conta da obrigatoriedade. Qual é a sua opinião sobre o assunto?
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