terça-feira, 5 de abril de 2011

Planejar para progredir


Há menos de um mês o Japão sofreu o maior pesadelo de sua história, um terremoto de 8.9 na Escala Richter seguido de um tsunami. E só pra completar o quadro já aterrador, o tremor causou o vazamento de material nuclear. O resultado inclui milhares de mortos e quase US$ 200 bilhões em prejuízos,
 Já aqui, no Amazonas, sofremos ano passado com a maior seca do século. Pessoas ficaram ilhadas, sem acesso à comida e itens básicos de sobrevivência. No ano anterior, 2009, vimos uma das maiores cheias já registradas, cujas conseqüências envolvem, além de mortes, milhares de famílias desabrigadas.
A magnitude de um tsunami é infinitamente maior que as nossas secas e cheias e justamente por isso devemos compará-las. Colocando frente a frente os dois eventos, os orientais ganham em questão de devastação, mas eles, em menos de um mês, já estão se recuperando. Os desabrigados estão encaminhados e estradas já foram reconstruídas. Nesse ritmo, em pouco tempo nem se terá mais notícia de lugares desfigurados por lá. Porque isso acontece? Porque eles têm planejamento. O que nos falta, e muito.
Nos últimos anos, nossa economia é afetada gravemente por desastres decorrentes do grande aumento ou diminuição do nível dos rios. Quantas inundações teremos que enfrentar para que tenhamos um plano B imediato? E porque não tirar proveito dos avanços tecnológicos para prever esses eventos cada vez mais frequentes ano após ano? Parece que temos que esperar os desastres acontecerem para tomarmos providência, enquanto o certo seria primeiro nos preparamos para as possibilidades e dessa forma conter os impactos negativos.
Um país pequeno, com uma densidade populacional considerável, construído logo na conjunção de quatro placas tectônicas não seria o primeiro palpite para ter uma dos melhores índices em relação à qualidade de vida, mas tem. Enquanto, nós, vivendo em um dos lugares mais bonitos do mundo, sem vulcões, terremotos e nenhuma ameaça iminente de tamanha proporção, ainda estamos caminhando lentamente rumo à qualidade de vida digna dos países desenvolvidos. Isso porque a cada desastre natural, por menor que seja, nos faz regredir. Tanto eles quanto nós sabemos das nossas limitações geográficas e climáticas de alguma forma. A diferença está em como se controla os impactos. Falta-nos o poder de aprender com os erros e acertos alheios.        
                                                                                                               

                                     Thamires Clair  Duarte                                                                                                                       

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