terça-feira, 5 de abril de 2011

O último tabu


Adolf Hitler é uma das figuras da História Moderna mais conhecidas e estudadas por pessoas de todo o mundo, de historiadores à psicanalistas, e tema constante de filmes (O Grande Ditador, de Charlie Chaplin, de 1940 é um exemplo) e documentários.  Porém, A Queda propõe uma visão diferente sobre o ditador.

A Queda - As últimas horas de Hitler  ( Em inglês : Downfall , em Alemão: Der Untergang) conta a história dos dez últimos dias de  Hitler (interpretado por Bruno Ganz)  antes do fim da Segunda Guerra Mundial dentro de seu bunker. O filme escrito por  Bernd Eichinger é baseado em vários bibliografias sobre o Terceiro Reich ,tais como: os livros  de Joachim Fest, historiador e escritor alemão que se tornou mundialmente conhecido por escrever a biografia de Aldof Hitler em 1973 , no de Traudl Junge e Melissa Müller ("Até a última hora" , lançado no Brasil pela editora Ediouro), nas memórias de Albert Speer , Ministro de Armamentos e Produção de Guerra do Terceiro Reich, apenas para citar alguns. O filme foi indicado ao Oscar como 'Melhor Filme Estrangeiro'.

Este foi o filme mais caro (13,5 milhões de euros) da Alemanha e  rendeu nada menos que 92 milhões de doláres, elogios e críticas de todos os lados.  Mesmo depois de mais de sessenta e cinco anos após o fim da Segunda Guerra falar sobre o assunto ainda é um ponto delicado na sociedade e A Queda quebra um dos último tabus remanescentes : um filme tendo Hitler como personagem principal.

E este é o ponto de toda a polêmica. Momentos antes de ser lançado, em 2004, o filme gerou um debate nos jornais e revistas alemães. O tablóide alemão Bild questionou: "Podemos mesmo mostrar o monstro como um ser humano?" Hitler nos é mostrado como um ser humano qualquer, que pode sorrir, que é querido por sua mulher, Eva Braun, e seus seguidores. Críticas foram despejadas : não se podia mostrar Hitler como uma figura dócil, passível de pena por seus últimos dias, o diretor ignorava por completo o que havia sido feito com os judeus durante a Guerra,  o filme poderia ter um efeito negativo, como dar força ao moviento neo-nazista . Mas os elogios também foram muitos: finalmente havia um filme que tratava Hitler como um ser tridimensional, capaz de sentir todas as emoções que cada um de nós sentimos, um ser que não tinha nenhum poder especial além de saber falar e convencer a massa.

É um filme instigante que mostra um lado da história que não aprendemos na sala de aula e que despertara reações diferentes em cada espectador.


(Por Agatha do Valle)

Um comentário:

  1. Ótima crítica!
    Ainda não assisti ao filme, mas tenho interesse! Fiquei curiosa agora para ver como o filme trabalha a imagem de Hitler.

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