quinta-feira, 28 de abril de 2011

2º Ciclo de debates Comunicação no Espaço Urbano

 Por James de Magalhães


O Mediação, grupo de pesquisa em semiótica da comunicação, realizou hoje, no Auditório Rio Solimões, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o 2º Ciclo de debates "Comunicação no espaço urbano". O publicitário e professor do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifam), Éverton Moura Arruda, iniciou as palestras abordando o tema, "Mídia exterior. A linguagem publicitária no espaço da cidade". Primeiramente, o professor explicou que mídia exterior são os meios de comunicação constituidos por suportes instalados no meio exterior, nas ruas, como outdoor, paineis, mobiliário urbano (abrigo de ônibus, sanitários automáticos, relógios/termômetros, bancos de praça, lixeiras, protetores de árvores, etc.), meios móveis (ônibus, taxis, trens, metrô, etc.), etc. Estes meios possibilitam a veiculação de campanhas publicitárias, assim, aumentando os canais de comunicação ao ar livre.

A mídia exterior causa poluição visual? A mídia exterior traz algum benefício para a sociedade? Manaus tem uma identidade visual própria? Essas foram algumas das questões levantadas pelo professor. Segundo ele, a mídia exterior pode causar poluição visual caso não exista regras muito claras, fiscalização e se não houver parceria entre o poder público e a iniciativa privada. Pontuou ainda, que a mídia exterior não é a única fonte de poluição visual de uma cidade, que é apenas a mais fácil de ser criticada, pois sem dúvida é mais difícil reclamar dos emaranhados de fios dos postes de luz, lixo e esgotos a céu aberto, menores infratores, mendigos e pessoas doentes circulando pelas ruas, que também não são visualmente agradáveis, do que reclamar das campanhas publicitárias. Afirma também, que um dos benefícios para a sociedade é que a mídia exterior pode fazer com que as prefeituras direcionem seus investimentos para setores mais importantes e não para a publicidade, podendo a prefeitura ser paga para permitir que uma empresa, por exemplo, coloque placas dos nomes das ruas ultilizando-as também como suporte para companhas publicitárias. O professor considera que apesar das muitas referências que poderiam ser usadas para dar à cidade identidade e característica própria, Manaus não tem nada que a identifique, que seja a cara da cidade, que a diferencie das outras cidades, dessa forma uma pessoa que chega em Manaus não pode dizer que está em Manaus.

O segundo palestrante, Heleno Nobre, gerente de produção da Corporação européia de mobiliário urbano SA (CEMUSA), ministrou uma palestra focando a importância dos mobiliários urbanos e a mídia exterior. A empresa é a maior em mobiliarios urbanos no Brasil e uma das maiores na Europa. Heleno fala que os mobiliários urbanos são importantes porque possuem formatos padronizados, linhas de equipamentos harmonizadas com a cidade, elementos com utilidade e prestação de serviço à população, além de ser importantes estratégias de mídia, na veiculação de campanhas que atingem a maior parte da população da cidade pois se encontram boa parte do dia nas ruas.

Por fim, a palestra com o tema "Publicidade, retórica e mediação na cidade", ministrada pela coordenadora do curso de publicidade e propaganda da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Regiane Nakagawa.  Ela abordou a questão do meio urbano não funcionar como um instrumento para a publicidade, mas sim como um meio de comunicação e a importância que a publicidade tem ao dar e redefinir valores de lugares na cidade.

Após as palestras houve os debates e os questinamentos entre palestrantes e os participantes inscritos no ciclo.

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