quinta-feira, 23 de junho de 2011

Plano Diretor x CMM



Por Camila Baranda e Mariana Lima


Em abril, o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) divulgou o cronograma de revisão do Plano Diretor. A previsão é de que os estudos técnicos cheguem à Câmara Municipal de Manaus (CMM) em outubro deste ano. A partir de então, os vereadores terão 90 dias para estabelecer os ajustes e realizar a aprovação até novembro de 2012.


O projeto de Plano, tão logo chegue à CMM, será analisado por todas as comissões técnicas da Casa, que terão a responsabilidade de dar o parecer quanto à constitucionalidade e viabilidade do projeto. O vereador Paulo D´Cali, membro da comissão de Legislação Participativa, explica que também é  formada uma comissão especial cujo objetivo é “sistematizar todas as sugestões dos vereadores e emendar o projeto original, fazendo com que altere ou não o que foi enviado para a Casa”.

Uma das etapas da elaboração do projeto é a realização de audiências públicas para ouvir a população. De acordo com o planejamento do Implurb, os 62 bairros de Manaus serão divididos em seis zonas, onde acontecerão reuniões, ainda sem data prevista.

Mas, para alguns vereadores, essa participação popular é duvidosa e não vai passar de um “mero cumprimento da legislação federal”. A maioria das pessoas que participam dessas reuniões não sabem exatamente do que se trata o Plano Diretor e, muitas vezes, se fazem presentes apenas como ouvintes, é o que afirma o vereador Waldemir José, do PT. Segundo ele “se não houver uma articulação da sociedade civil e principalmente da sociedade crítica, vai ser uma farsa colocar a população em contato, sem que essas pessoas realmente entendam o que está em jogo”.Um dos planos de Waldemir José é “popularizar o Plano Diretor” através de um projeto dividido em diversas etapas, como a mobilização da sociedade via mídia e redes sociais, criação de comitês para a elaboração de propostas regulares e a elaboração de cartilhas e vídeos educativos.

O presidente da Mesa Diretora, Isaac Tayah, demonstra estar preocupado com o prazo previsto para a entrega do relatório técnico. “O que nós não queremos é receber algo corriqueiro, mal elaborado. Não queremos ter que votar em ano de eleição e acabar aprovando algo de qualquer jeito” afirma o vereador ao lembrar que haverá eleições para prefeito e para vereadores em 2012. Caso o Plano Diretor não seja revisado até o próximo ano e entregue a tempo do cumprimento do prazo, tanto Tayah quanto o prefeito Amazonino Mendes vão responder por improbidade administrativa junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).

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