Por Mariana Lima
A tão conhecida Geração Y, dos que faz várias atividades diferentes ao dia, sofre com o novo mal do século. Cercados de computadores, Ipads, Ipods, Iphones, cursos de línguas, faculdades e projetos de pesquisa nos falta tempo para uma atividade essencial e que foi maciçamente praticada pelos nossos pais, a crítica.
Não comentamos sobre política, por que não tem mais jeito mesmo. Engolimos aumento da tarifa de ônibus por que andamos de carro e/ou de carona ou estamos muito cansados e ocupados para ir à praça com aqueles que não têm nada pra fazer. Achamos que o preço da gasolina está caro por que o governo federal é incompetente, mas não podemos fazer nada por isso até as próximas eleições. Temos péssimas aulas e péssimos laboratórios para aperfeiçoarmos a nossa técnica dentro da Universidade, mas o que fazer se o departamento não nos oferece tantos profissionais capacitados como queríamos e as verbas para o melhoramento dos cursos sempre se perdem por aí?
Ficamos muitas vezes nos discursos, nas caras de descontentamento, nas reclamações com os colegas de classe. A forma mais rebelde que encontramos para demonstrar nossa raiva e desprezo é aumentando a quantidade de F ao lado dos nomes nas listas de chamadas. Não procuramos conhecer a legislação, as normas, os "buracos" que podemos passar e encontrar uma saída para esse caos diário que enfrentamos e o camuflamos com conversas sobre BBB ou lendo um livro ou jogando Apps do Facebook durante as aulas.
Estamos muito ocupados com os nossos afazeres que fica difícil conversarmos com os nossos pais e descobrir como é que faz para ser ouvido? e Como é que faz para pensar e ter senso crítico? . Qual seria então o nosso caminho?
Nós, estudantes de jornalismo, decidimos há alguns anos que iríamos trabalhar com as pessoas, as notícias, os fatos, os acontecimentos e que para que isso seja ocorra de uma forma eficiente, deve ser feita sob um minucioso olhar crítico. Crítica que vai além do "falar mal" e do "comparar acontecimentos", mas um olhar responsável que será visto (infelizmente) como verdade para muitos.
Como sermos críticos se não sabemos o que é ser crítico? Como nos inserir nas redações e nos trabalhos em campo dos projetos de pesquisa se não pensamos como um profissional que, necessariamente, precisa olhar pelos outros?
Precisamos ter em mente e de forma muito clara que reclamar é muito fácil e gostoso, mas não deve ser o fim. As nossas ações e escolhas dependem exclusivamente de nossa vontade e, como nós mesmos escolhemos, influenciarão muitas pessoas além do nosso próprio umbigo.
Foto: Google
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