segunda-feira, 11 de abril de 2011

A PONTA DO ZUCKERBERG

A Revista Isto é Dinheiro publicou em 23 de fevereiro passado, matéria assinada por Clayton Melo, com o título de “O pedágio esperto do Facebook", onde aborda uma possível taxação cobrada dos desenvolvedores de jogos pelo site, pois eles utilizam a plataforma de relacionamentos para vender moedinhas virtuais, a exemplo do que é praticado no jogo chamado” fazendinha”.
 É por demais estranho que eles se considerassem surpreendidos com esse posicionamento da Empresa de Mark Zuckerberg em cobrar parcela do quinhão que eles conseguem faturar de pessoas que, simplesmente, se tornaram viciadas nessa forma de jogo virtual.

 Se tivessem lembrado do retrospecto histórico de Zuckerberg, onde o exemplo de "lealdade" com seu sócio e amigo, que junto a ele, participou da fundação do site, não se surpreenderiam e, até, teriam tomado todas as precauções, pois afinal de contas, se eles lucraram utilizando a plataforma oferecida pelo Facebook, o que impediria quem possui o controle do trafego de dados e informações em não cobrar por sua circulação?
Esses “injustiçados” desenvolvedores se sentem traídos com a estratégia de Zuckerberg, pois entendem que a quase canalização dos seus clientes para o Facebook, por eles viabilizada, foi um dos fatores do crescimento do site.
Muito similar à estratégia de venda utilizada pelo tráfico de drogas ilícitas, onde primeiramente se oferece gratuitamente para depois, cobrar por cada dose, os utilizadores dessa plataforma, da mesma forma que viciaram muitos clientes, também se tornaram dependes do site da empresa de Zuckerberg, experimentando, de certa forma, o efeitos do seu próprio veneno.
 O que essa estratégia descortina está numa considerável possibilidade do aproveitamento da situação por quem possui o que o “viciado” quer e precisa, tornando-o alvo de sua total submissão. Isso é apenas a ponta do iceberg, pois, imaginem, se a totalidade dos muitos provedores das facilidades de comunicação midiática da grande rede resolvessem, de uma hora para outra, cobrar pelos serviços, que antes, disponibilizavam de forma gratuita?
É, parece que começa a se materializar a vaticinação de George Orwell, mas, nessa realidade atual, além de onisciente e onipresente, o irmão mais velho será onipotente em relação a parte mais sensível de uma sociedade globalizada; o seu bolso.

Beto Tavarovsky.

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