Por Henrique Xavier
Por conta do fortalecimento de Manaus como polo atrativo para toda a Amazônia, o trade local diz que turismo de cruzeiros, a partir da temporada 2011/2012, vai se expandir em pelo menos 40% no fluxo de turistas em relação à temporada anterior. Em parte, essa expectativa chega no momento em que é esperado um número de desembarque total, até meados de maio, de algo próximo a 22 mil passageiros na capital amazonense.
Independente da supervalorização da moeda nacional em relação ao dólar, a última temporada trouxe cerca de 14,13 mil turistas em cruzeiros marítimos que aportaram em Manaus, onde gastaram mais de R$ 6,5 milhões em serviços e compras. De acordo com a presidente da Amazonastur (Empresa Estadual de Turismo do Amazonas), Oreni Braga, a estimativa é que na temporada 2011/2012 o turismo de cruzeiros injete um valor praticamente 25% superior na economia local, ou algo em torno de R$ 9,2 milhões. “Desde a chegada do Aida Vita, navio alemão que abriu a temporada no fim de outubro do ano passado, trazendo mais de 1.200 pessoas, o vaivém de cruzeiros já deu uma idéia do que seria esta temporada para a cidade”, ressaltou a executiva.
Os cruzeiros são um caso à parte no crescimento a olhos vistos dos negócios gerados pelo turismo. Só para se ter uma idéia, o ano passado fechou com um fluxo de mais de 614 mil turistas, entre estrangeiros e do mercado interno, segundo o estudo Amazonastur/Embratur. Este volume de visitas representa um crescimento de 9,30% se comparado ao ano de 2010, quando foi registrado um fluxo de 561,57 mil pessoas. Em entrevista ao Lab F5, a toda poderosa presidente do Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Jeanine Pires, disse que esse crescimento no fluxo turístico detectado no levantamento põe o Estado entre os dez melhores destinos do Brasil para o Turismo de Lazer, modalidade preferida pelo estrangeiro, segundo o levantamento. “Há muito tempo que Manaus já se tornou polo atrativo na rota dos cruzeiros marítimos. Esse estudo apenas comprovou com números o que para a cidade já é uma prática”, ponderou Jeanine Pires.
Muita água para remar
Apesar de ser uma das escolhidas como subsede da Copa do Mundo de 2014, Manaus ainda não desenvolveu seu mercado potencial na área de turismo de cruzeiros, mas tenta recuperar as décadas vividas na estagnação. Autoridades e empresários já admitem que não será fácil ou rápido, vez que é preciso investimentos em aspectos de infraestrutura portuária do Estado. Parintins, Maués e Itacoatiara, localizados na região do Baixo Amazonas, são exemplos de municípios com grandes atrativos e visivelmente carentes de espaços para receptividade do turismo de cruzeiros. “Uma das questões delicadas, por exemplo, seria em Parintins, onde não existe espaço adequado e seguro para a atracação das grandes embarcações, o que acaba atrapalhando o agendamento de visitas”, comentou o gerente de marketing e produto da Marsans, operadora de turismo atuante em Manaus.
Esse mesmo problema é facilmente detectado também na área da Manaus Moderna, em plena orla fluvial da capital amazonense, onde uma briga antiga entre organismos federais e estaduais impede a criação de políticas de revitalização e controle.
Mas nem tudo são problemas. Boas saídas existem, como o empenho da administração do Porto Privatizado de Manaus, que deu o primeiro passo, anunciando para este ano a ampliação das plataformas das torres e do roadway, como é chamada a Estação Hidroviária Internacional, que deve comportar até seis grandes navios ao mesmo tempo. “Além disso, as plataformas de ancoragem estão com as manutenções em dia. Ainda no ano passado, renovamos o certificado de classificação, oficializando o recebimento de navios de vários portes”, disse orgulhoso o diretor do Porto, Alessandro Bronze.
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