quinta-feira, 28 de abril de 2011

A PARÁBOLA DO BOM POLÍTICO.

...porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?
(Tiago. 2: 4.).


    Certa vez, um doutor da lei judaica, usando de ardil, perguntou a Jesus como faria para herdar a vida eterna. Cristo, inicialmente, respondeu-lhe com base no que estava na lei, mas dentro de sua divina didática, utilizou-se do recurso de uma parábola para exemplificar na prática, o que diziam as escrituras. Contou-lhe sobre um homem judeu o qual foi vitima de salteadores quando descia de Jerusalém para Jericó. Os criminosos deixaram o viajante sem seus bens e quase, a sua vida. Jogado ao solo e abandonado, eis quando passaram, seguidamente, um sacerdote e depois um levita, pessoas estas que, por seu posicionamento na sociedade judaica, eram considerados santos. No entanto, vendo-o, preferiram passar ao largo, deixando-o a mercê de sua sorte. Quando tudo parecia perdido, eis que surge um homem de Samaria e o socorre. Vale dizer, que os samaritanos (assim eram chamados os nativos de Samaria) eram odiados pelos judeus por não serem de uma linhagem pura como eles se consideravam e da mesma forma, os samaritanos desprezavam os judeus. Apesar de tal rótulo, o samaritano foi, entre os homens elencados na parábola, o que, por usar de misericórdia e bondade incondicional, o verdadeiro próximo daquela vitima.

 Não podemos colocar rótulos nas pessoas e as condenar previamente. Existem bons homens na esquerda, na direita e no centro. O preconceito nunca fez bem a ninguém. O existir de políticos honestos, responsáveis e sérios dependerá em muito, da forma que for utilizado o nosso poder como eleitores. Parafraseando uma famosa citação: um povo que se corrompe nas urnas merece um governo corrupto. Se não aguarmos ou adubamos uma erva daninha ela não se desenvolve, e por si só morre. O que estamos vendo diariamente sobrecarregar os informativos, não pode e não deve ser encarado como uma coisa normal, mas, um estado de exceção. Antes estávamos submetidos a uma ditadura militar, depois, a econômica; agora estamos no limiar da instauração da ditadura da total impunidade e tolerância ao erro. No presente e crucial ponto de nossa história política esperamos que, surja um bom político que socorra a honra da nação brasileira, que foi salteada, despojada, espancada e deixada moribunda. Que ele tenha compaixão e patriotismo. Cuide das feridas do povo, com azeite e vinho. Zelosamente, pratique a justiça, e neste caso, tendo a paterna misericórdia e fazer  punir quem mereça, mesmo cortando a própria carne, imitando o salutar exemplo de uma sabedoria maior e onipresente, todo dia praticado. Só assim ele poderá ser o próximo e verdadeiro representante de nosso sofrido povo, afinal, milagres acontecem, principalmente no Brasil, Amém.


Beto Tavarovsky

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