Grafiteiro anônimo mais famoso do mundo. Aquele que levou a arte de rua para as galerias britânicas, artista de identidade incerta. Essas são algumas das definições por muitas vezes dadas a esse famoso grafiteiro britânico. Mas afinal, de quem se está falando? Para isso, voltemos - bem ninguém sabe nem ao certo o ano para onde se voltar! Mas aqui farei uma tentativa de recapitulação.
Segundo o jornal inglês Daily Mail (não se conseguiu provar nada até hoje), Banksy se chama na verdade Robin Banks e nasceu em 28 de julho de 1973 em Bristol, Inglaterra. Foi lá que teria começado a fazer seus primeiros grafites. Até aí, tudo bem. Mas o que o fez ser famoso além de uma identidade secreta criada por ele mesmo, foi seu próprio trabalho. Avesso à autoridade em geral e ao capitalismo, fez de seu trabalho um meio de criticar o mundo em que vive de forma irônica e até sádica, às vezes. Seus grafites encontram-se espalhados não só por Bristol, mas também por Londres, Nova York, Los Angeles e até na fronteira entre Israel e Palestina.
Banksy chegou até a criar sua própria técnica de “grafitar”, o estêncil. Pintando direto na parede, ele demorava tanto que a polícia chegava (diz-se que ele também era meio lento mesmo), por isso passou a fazer o chamado estêncil que consiste em um preenchimento com tinta de um desenho vazado feito anteriormente.
De desconhecido à artista de museu
Graças a popularidade alcançada pelo grafiteiro, suas obras passaram a ser vendidas por milhares de euros. Mas “peraí”, o Banksy não faz seu trabalho nas ruas, em paredes comuns em bairros comuns, nas casas das pessoas? Sim e não, eis a resposta. Ele chega a fazer exposições de seu trabalho em museus, como a que fez no Bristol Museum em 2009. Mas nesse caso, as obras são montadas especialmente para aquele espaço, podendo ser vendidas. Mas quando “grafita” nas ruas, o objetivo não é vender, mas interagir com aquele espaço. Por exemplo, se você tirar esses trabalhos da barreira que separa Israel da Cisjordânia, eles terão o mesmo sentido?
Mas é exatamente isso que tem ocorrido com vários de seus trabalhos. As pessoas têm tirado partes de muros e paredes onde estão localizados alguns de seus grafites e vendido no Ebay. Como esse grafite do personagem Charlie Brown com um cigarro na boca feito em Los Angeles. Ele vendido no Ebay por U$8.100,00. Dêem uma olhadinha no vídeo mostrando o momento em que o bloco de concreto com o grafite é retirado:
Recentes trabalhos
Entre seus recentes trabalhos, destacam-se dois.
A abertura feita para o famoso desenho animado americano The Simpsons exibido em 10 de outubro 2010, nos Estados Unidos. Banksy critica o trabalho escravo e infantil e a tortura de animais. Lembrando que na vida real, a produção do seriado já teve que parar graças a denúncias de uso de trabalho terceirizado da Coréia do Sul para a produção de seus desenhos, segundo a revista americana The Entertainment Weekly .
E o documentário Exit Through the Gift Shop dirigido por ele e indicado ao Oscar 2011 na categoria melhor documentário. Ao contrário do que muitos pensam, o filme não é sobre o próprio Banksy, mas sobre o grafiteiro francês Thierry Guetta. Autointitulado “o primeiro filme do mundo desastroso sobre a arte de rua”, o documentário retrata o grafite como uma arte das ruas reforçando seu caráter subversivo e gerando uma reflexão sobre seu próprio sistema comercial.
Arte de rua
Banksy se mostra um verdadeiro artista de rua, do urbano, da cidade, fazendo de seu trabalho um meio de agir e interagir com ela. É um contestador, um artista que usa o seu trabalho, seja ele um grafite, uma intervenção ou até um documentário indicado ao Oscar, para defender o que acredita. Tudo isso porque no final do dia, essa arte ainda é, genuinamente, uma arte “de rua”. Não tem um viés comercial, ao contrário: é uma reflexão no caos do cotidiano.
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